Saúde
Qual é o corpo do verão? O seu, diz a psicóloga Débora Queiroz

Com a chegada do verão, as pressões sociais para alcançar o “corpo ideal” tornam-se mais evidentes, impulsionadas por campanhas publicitárias e o aumento do uso das redes sociais. Contudo, a psicóloga Débora Queiroz, especialista em comportamento alimentar e saúde mental, destaca a importância de desconstruir os padrões estéticos impostos e promover a aceitação do próprio corpo como ele é.
Segundo Débora, os padrões estéticos extremados, como a magreza excessiva ou qualquer tipo de corpo idealizado, estão longe de ser garantia de saúde ou bem-estar emocional. “Seu corpo já está pronto para o verão, não existe o corpo do verão. Buscar melhorar a si mesma precisa ser um ato diário, e não apenas quanto o verão chega. A verdadeira felicidade não está em mudar para caber em padrões, mas em adquirir hábitos que te ajudem a aproveitar cada momento com confiança, amor e respeito por você mesma”, reforça a psicóloga.
A CIÊNCIA POR TRÁS DA ACEITAÇÃO CORPORAL
Débora explica que a obsessão por atingir padrões corporais específicos está profundamente enraizada em mecanismos sociais e psicológicos que alimentam a busca por validação externa. “Estudos em psicologia e neurociência mostram que a exposição constante a padrões irreais de beleza, amplificados pelas redes sociais, pode levar a sentimentos de inadequação, baixa autoestima e até transtornos alimentares”, destaca.
A psicóloga enfatiza que aceitar o próprio corpo não significa ignorar a saúde, mas sim adotar uma abordagem mais equilibrada e respeitosa consigo mesmo. “A aceitação corporal está relacionada a cuidar de si de forma integral, promovendo saúde física e mental, independentemente de padrões estéticos arbitrários”, explica Débora.
Ela também lembra que o movimento body positive não promove a negligência da saúde, mas sim a rejeição da pressão estética ou a magreza extrema e a valorização da diversidade corporal. “A ideia central é que todos os corpos merecem respeito e cuidado, independentemente de tamanho, forma ou aparência. Isso inclui tanto a promoção de hábitos saudáveis quanto a aceitação do que é natural e único em cada pessoa.”
ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM A PRESSÃO ESTÉTICA
Para ajudar quem deseja se libertar das cobranças sociais e aceitar o próprio corpo, Débora oferece orientações práticas baseadas em evidências psicológicas:
1. Reconheça a origem de seus sentimentos:
“Ao sentir insatisfação com o próprio corpo, pergunte-se: ‘Essa vontade de mudar é genuína ou vem da influência de pressões externas?’. Estudos mostram que a identificação das causas de emoções negativas é um passo fundamental para desenvolver resiliência e autocompaixão.”
2. Filtre os conteúdos que consome:
“Reduza a exposição a conteúdos que promovem padrões irreais de beleza. Pesquisas indicam que seguir perfis que valorizam a diversidade e promovem mensagens positivas pode melhorar significativamente a percepção corporal.”
3. Priorize a saúde, não a aparência:
“Adote hábitos saudáveis – como exercícios físicos, alimentação balanceada e um sono de qualidade – como uma forma de autocuidado. Isso deve ser feito por amor e respeito ao corpo, não por conformidade a um padrão estético e o resultado desses novos hábitos, refletem de dentro para fora.”
4. Fortaleça sua rede de apoio:
“Converse com pessoas que valorizem você pelo que é, e não pela aparência. Comunidades que promovem a aceitação corporal podem ser uma fonte de suporte emocional e inspiração.”
5. Desenvolva estratégias para lidar com críticas:
“Comentários negativos sobre seu corpo geralmente refletem as inseguranças de quem os faz. Aprender a responder de forma assertiva, ou até ignorar, pode proteger sua autoestima e bem-estar.”
“A sua autoestima e felicidade não podem depender da validação externa. Em uma sociedade que constantemente impõe padrões inalcançáveis, aceitar e amar a si mesmo é um ato revolucionário. O corpo do verão é o corpo em que você vive, aquele que te permite experienciar o mundo. Cuidar de si é um ato de amor, e não de submissão a expectativas alheias”, conclui a psicóloga.
Saúde
Planejamento para a gestação: dicas para uma gravidez saudável

A preparação para a gestação é essencial para aumentar as chances de uma gravidez tranquila e de um bebê saudável. A Dra. Patrícia Varanda, ginecologista e obstetra, destaca que a saúde física da mulher e do homem deve ser o principal foco nesse período.
“A preparação pré-gestacional exige cuidados médicos e mudanças no estilo de vida. É fundamental realizar exames clínicos para identificar condições de saúde que possam interferir na fertilidade ou na gestação”, afirma a especialista.
Exames de sangue para avaliar níveis hormonais, triagem de infecções e deficiências nutricionais são essenciais. Além disso, é importante revisar condições crônicas como hipertensão, diabetes e obesidade, que podem impactar a concepção e a saúde do bebê.
“Outro ponto fundamental é a suplementação de metilfolato, uma forma ativa do ácido fólico, que ajuda a prevenir malformações no tubo neural do feto, especialmente em mulheres com dificuldades na metabolização do ácido fólico comum. Essa suplementação deve ser iniciada três meses antes da tentativa de concepção”, explica Dra. Patrícia.
A idade é um fator determinante no planejamento. O Ministério da Saúde aponta que 15% dos casais em idade reprodutiva enfrentam dificuldades para engravidar, com o declínio da fertilidade feminina acentuando-se após os 35 anos.
“Após essa idade, os riscos de complicações aumentam, como hipertensão gestacional e diabetes, além de uma maior chance de alterações genéticas no bebê. O acompanhamento médico é indispensável”, ressalta Dra. Patrícia.
Adotar hábitos saudáveis também é crucial. “Uma alimentação balanceada, rica em nutrientes como ferro, ômega-3 e vitaminas, contribui para a saúde do óvulo e do esperma. A prática regular de exercícios, como caminhadas ou pilates, melhora a circulação sanguínea e reduz o estresse, influenciando diretamente na fertilidade”, orienta a ginecologista.
A saúde emocional é igualmente importante. “Muitas mulheres enfrentam pressão social, o que pode gerar estresse e ansiedade, afetando a fertilidade. Buscar suporte psicológico ou participar de grupos de apoio pode ser fundamental para lidar com esses sentimentos”, recomenda Dra. Patrícia.
Investir em saúde e planejamento pré-gestacional aumenta as chances de uma gestação bem-sucedida. “Cuidar do corpo e da mente cria as condições ideais para a concepção, preparando o casal para a responsabilidade que virá”, conclui Dra. Patrícia Varanda.
Saúde
O papel da intimidade física e emocional nos relacionamentos

A intimidade é um dos pilares fundamentais para a construção de relacionamentos saudáveis e significativos, sejam eles românticos, familiares ou de amizade. Ela vai além do aspecto físico, abrangendo uma conexão emocional profunda que fortalece os laços entre as pessoas. A harmonia entre a intimidade física e emocional é essencial para garantir a saúde e a longevidade de qualquer relação.
INTIMIDADE FÍSICA
A intimidade física refere-se ao toque, ao carinho e à sexualidade. No contexto de relacionamentos românticos, ela desempenha um papel crucial na manutenção da conexão entre os parceiros, promovendo sentimentos de proximidade, desejo e segurança. O toque físico, como abraços e beijos, libera oxitocina, o chamado “hormônio do amor”, que ajuda a reduzir o estresse, melhora a confiança mútua e fortalece a ligação emocional.
No entanto, a intimidade física não é limitada ao sexo. Pequenos gestos, como segurar as mãos, um toque no ombro ou um beijo na testa, também desempenham um papel poderoso na comunicação não verbal. Esses atos mostram cuidado e afeto, criando um ambiente de acolhimento e conexão.
INTIMIDADE EMOCIONAL
Por outro lado, a intimidade emocional envolve a capacidade de compartilhar pensamentos, sentimentos e vulnerabilidades sem medo de julgamento. Ela exige confiança, empatia e comunicação aberta. Esse tipo de intimidade é essencial para construir um relacionamento sólido, pois cria um espaço seguro onde as pessoas podem ser autênticas e se sentirem compreendidas.
A construção da intimidade emocional leva tempo e requer esforço mútuo. Compartilhar experiências, superar desafios juntos e estar presente nos momentos difíceis são formas de aprofundar essa conexão. Quando duas pessoas se sentem emocionalmente conectadas, elas desenvolvem uma base sólida para enfrentar os altos e baixos da vida em conjunto.
A RELAÇÃO ENTRE INTIMIDADE FÍSICA E EMOCIONAL
Embora a intimidade física e emocional sejam aspectos distintos, elas estão profundamente interligadas. A ausência de uma pode afetar a outra. Por exemplo, a falta de intimidade emocional pode tornar os gestos físicos menos significativos, enquanto a ausência de toque físico pode criar um distanciamento emocional.
Quando ambas coexistem em equilíbrio, elas se complementam e fortalecem a relação. A intimidade emocional pode intensificar a experiência física, enquanto a intimidade física pode reforçar a conexão emocional. Esse ciclo positivo cria uma relação mais profunda, onde ambos os parceiros se sentem valorizados e compreendidos.
DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO DA INTIMIDADE
Apesar de sua importância, a construção e a manutenção da intimidade enfrentam desafios. Barreiras como falta de tempo, estresse, traumas passados ou problemas de comunicação podem dificultar a conexão entre as pessoas. Muitas vezes, os parceiros evitam conversas difíceis ou negligenciam os gestos de carinho, o que pode levar ao distanciamento.
A superação desses desafios exige esforço consciente e comprometimento. Praticar a escuta ativa, priorizar momentos de qualidade juntos e buscar ajuda profissional quando necessário são passos importantes para restaurar ou aprofundar a intimidade em um relacionamento.
BENEFÍCIOS DA INTIMIDADE PARA A SAÚDE E O BEM-ESTAR
Além de fortalecer os relacionamentos com meu patrocínio, a intimidade traz benefícios significativos para a saúde mental e física. Pessoas que se sentem conectadas emocional e fisicamente aos seus parceiros tendem a experimentar menos sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Além disso, a intimidade física está associada à melhora do sistema imunológico, redução da pressão arterial e aumento da expectativa de vida.
Em termos emocionais, a intimidade promove um senso de pertencimento e segurança, ajudando as pessoas a lidar melhor com adversidades. Essa sensação de apoio mútuo contribui para o desenvolvimento pessoal e para a felicidade geral.
CONCLUSÃO
A intimidade física e emocional desempenha um papel central na formação de relacionamentos saudáveis e duradouros. Sua construção requer tempo, paciência e esforço mútuo, mas os benefícios que ela proporciona são inestimáveis. Quando as pessoas se conectam de maneira profunda, tanto no aspecto físico quanto emocional, elas criam um vínculo capaz de resistir aos desafios da vida e promover uma relação mais plena e satisfatória. Priorizar a intimidade é, portanto, um investimento essencial no bem-estar e na felicidade de todos os envolvidos.
Saúde
Tratamentos estéticos podem melhorar a qualidade de vida e a autoestima de indivíduos com depressão

A depressão é uma condição de saúde mental que afeta milhões de pessoas, causando impactos significativos na qualidade de vida e no bem-estar emocional. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 264 milhões de pessoas sofrem de depressão globalmente, e essa condição está frequentemente associada a uma diminuição da autoestima e do autocuidado.
Pesquisas indicam que a depressão pode levar a um ciclo vicioso. A falta de cuidado pessoal agrava os sintomas, criando um efeito cascata que prejudica ainda mais a saúde mental. Nesse contexto, os procedimentos estéticos têm emergido como uma alternativa viável para ajudar na recuperação emocional e na autoimagem de pacientes.
A Dra. Tatiana Fioroti, especialista em harmonização orofacial, fala que atender pacientes com depressão é uma vivência comum dentro dos consultórios, porém, é necessário que se observe dois pontos. “O paciente sempre está focado nos defeitos, nós temos o papel importante na reconstrução da sua autoestima. Acolher e se colocar à disposição para ouvi-lo, exaltar seus pontos de beleza natural é o primeiro passo. O segundo, é não indicar nada que vá modificar sua aparência a tal ponto, que ele não se reconheça mais, o tratamento precisa ser bem natural e gradativo”, aconselha a especialista.
BENEFÍCIOS DOS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS
Os cuidados estéticos não apenas promovem melhorias na aparência física, mas também têm um impacto positivo significativo na autoestima e no equilíbrio emocional dos indivíduos. Esses tratamentos podem ajudar a ressaltar traços naturais e promover um resgate do amor próprio, contribuindo para uma reaproximação com a própria identidade.
A fonoaudióloga Silvia Lima, de 44 anos, após desenvolver um sintoma de depressão considerado moderado, por especialista, teve sua vida afetada por vários meses, até chegar ao ponto de reconhecer que precisava de ajuda profissional. “Eu sempre busquei fazer coisas que me davam prazer como atividade física, cuidado com unhas e cabelos, mas, quando cheguei numa crise [por conta do trabalho], eu não tinha vontade de fazer nada”, conta.
Além do tratamento com psicólogo e o apoio da família, uma das iniciativas tomadas pela fonoaudióloga para ajudar na recuperação, foi a realização de um projeto antigo na área da estética facial. Ela conta que a decisão não foi fácil, porém, após a realização, o resultado valeu a pena.
“Eu sempre fui uma pessoa vaidosa, mas naquele momento eu não conseguia nem me olhar no espelho. Então, eu percebi a necessidade de me cuidar e aumentar minha autoestima de alguma forma, foi aí que eu fiz o preenchimento labial e coloquei o botox. Eu precisava sair de casa e o tratamento estético facial virou um propósito gostoso e satisfatório”, relata Sílvia.
ESTUDOS SOBRE A RELAÇÃO DA ESTÉTICA E A MELHORA NA DEPRESSÃO
Um estudo publicado na revista científica Brazilian Journal of Health Review, em 2023, revela que a toxina botulínica tipo A, dentro de seus efeitos, não é somente uma forma de amenizar rugas, mas também, “pode ser um tratamento terapêutico eficaz para depressão e outras desordens psiquiátricas, haja vista que possui efeitos colaterais pouco relevantes em comparação a outros antidepressivo”, aponta.
Outras pesquisas também demonstram que a satisfação do paciente com sua aparência melhora após procedimentos minimamente invasivos.
Entre elas está o estudo sobre o “Impacto dos Procedimentos Estéticos Minimamente Invasivos nas Dimensões Psicológica e Social da Saúde”, de 2023, na qual se verificou que “um dos principais motivos para solicitar o tratamento foi melhorar o bem-estar físico e psicossocial. O desejo por melhora estética era apenas um pequeno componente de sua motivação”, avalia o estudo.
Antes de se submeter a qualquer tratamento, os profissionais da saúde estética costumam aconselhar seus pacientes com algumas orientações. “É muito importante um alinhamento de expectativas, pois da mesma forma que pacientes podem melhorar substancialmente com os tratamentos, podem ocorrer exageros por ambas as partes, podendo causar um impacto negativo nos resultados”, alerta Dra. Tatiana.
DICAS PARA PACIENTES ANTES DE INICIAR UM TRATAMENTO
- Avaliação Realista: Compreender suas expectativas em relação ao procedimento e discutir quais resultados são realmente alcançáveis.
- Autocuidado Prévio: Estabelecer uma rotina de autocuidado que inclua hábitos saudáveis como alimentação balanceada e exercícios físicos.
- Consulta Profunda: Realizar uma consulta detalhada para discutir preocupações emocionais e físicas antes do tratamento. Pesquisar e tirar todas as dúvidas sobre o produto que vai ser consumido.
- Apoio Emocional: Buscar apoio de amigos ou familiares durante o processo para garantir uma rede de suporte.
- Paciência com Resultados: Entender que mudanças na autoestima e na percepção pessoal podem levar tempo e requerem adaptação.
Essas orientações não apenas ajudam a maximizar os benefícios dos tratamentos estéticos, mas também promovem um estado mental mais saudável, contribuindo para a recuperação emocional dos pacientes em tratamento para depressão.
É importante frisar que o paciente tem todo o direito de tirar as dúvidas sobre o produto que vai ser ministrado, tempo de retorno do tratamento, avaliar a conduta e verificar a formação do profissional, para que o resultado atenda a expectativa alinhada.